20 março, 2010

A cura

Olá amiga, espero que estejas bem? aí na Áustria! – parva, podias ter-me levado contigo. Quando é que voltas? Espero que rapidamente…
Tenho tantas coisas para te contar e não aguento até chegares… Por cá as coisas estão óptimas! Sim óptimas. Finalmente consegui ultrapassar o divórcio! 10 Meses depois curei-me!!! A sério! Não acreditas? Vou-te contar tudo, tim tim por tim tim. Lol!!!

Há já uns meses que o Milton (sim Milton, e não é brasileiro, é todo português de Alcobaça) me convidava para ir tomar café com ele quando aparecia lá na empresa. Disse-lhe sempre que não, até que um dia ele me disse muito seriamente que seria a última vez que me convidava, e que até ia pedir para fazer outra zona na distribuição se eu não aceitasse. É claro que eu recusei o convite outra vez, não gosto nada deste tipo de chantagens emocionais. Por isso não fiquei nada chateada, mas com o passar dos dias comecei a ter alguma pena de não o ver por ali, quase todos os dias. Ele até era muito simpático, e engraçado, e giro. Não sei como te explicar, senti um pouco a falta dele, ententes? Enfim…
2 semanas depois, antes de ir trabalhar fui tomar um café e vi sabes quem? Pois, vi o Sérgio agarrado à Paula, sim a Paula Peixoto… O meu ex marido com aquela… Fiquei desolada e só me apetecia chorar. Respirei fundo, engoli o meu sofrimento e fiquei ao balcão, cumprimentei com um aceno os dois e tomei o meu café, entretanto eles saíram antes de eu terminar.
Quando cheguei à empresa o Milton estava a sair. Notei que ele não queria lá muito falar comigo mas acho que ele percebeu que eu não estava lá muito bem e veio ter comigo.
Perguntou-me se estava tudo bem comigo, eu respondi que mais ou menos. E ele disse:
- Tens a certeza que estás bem? Não estás com boa cara.
- Está tudo bem, já disse. E contigo?
- Bem.
- Milton, que tal um jantar amanhã? – não sei como é que estas palavras saíram da minha boca… talvez fosse a raiva que eu estava a começar a sentir por ter visto aqueles dois aos beijos, às 9 da manhã!!! Achei na altura que seria uma boa vingança…
- Quê? Será que eu ouvi bem? Jantar? Tiveste saudades minhas, não foi? - Disse ele com um ar gozão.
- Se vais começar a gozar fica já o jantar sem efeito.
- Não, não, desculpa, não te sintas ofendida. Olha, eu trato de tudo. Venho-te buscar às 19h, ok?
- Ok. Mas onde vamos?
- Não te preocupes.
- Ok, não me deixes plantada.
- Nunca. Até amanhã.

O resto do dia passou lentamente e quando cheguei a casa fui chorar para a cama. Pensei que já tivesse ultrapassado a questão de que agora estava sozinha, e ainda por cima não estás cá para me consolar. Estava tão em baixo. Não me voltei a lembrar do jantar com o Milton. Na sexta-feira acordei revigorada, de bom humor e um pouco ansiosa pelo jantar, confesso. Tomei um duche, hidratei a minha pele e fui-me vestir. No inicio nem sabia o que haveria de usar… mas como estava tão bem humorada isso não foi problema. Imagina, vesti aquela lingerie que me ofereceste no meu aniversário cinza com renda rosa chock com aqueles atilhos, acho que condizia com o meu estado de espírito, e sempre me fez sentir mais sensual e segura. E Levei um simples vestido preto, relativamente justo mas não demasiado ousado.
O meu dia de trabalho nunca mais acabava, cheio de problemas mas finalmente a partir das 17h aquilo acalmou. Às 18:45 fui retocar a maquilhagem e desci.
O Milton já estava à minha espera sorridente.
- Estás muito gira! Vamos? Tenho o carro no próximo quarteirão.
- Tu também estás muito giro, sim senhor… esmeraste-te. - Disse eu em tom de brincadeira.
- E ainda não viste nada. – fiquei curiosa com esta frase… mas…
- Milton, eu vou no meu carro.
- Porquê? Vamos no meu e depois trago-te cá ou levo-te a casa.
- Não, a sério, prefiro levar o meu, vamos os dois no meu. Que achas?
- Porquê? Tens medo?
- Medo… de ti! Se te portares mal, eu deixo-te e venho embora sozinha… Juro.
- Eu não vou fazer nada que tu não queiras.
Não sei se deveria interpretar a frase com duplo significado e fiquei calada uns segundos.
- Anda lá. Confia. Eu não sou um bicho papão.
- Hum, está bem. Vamos. – e fomos juntos no carro dele.

Ainda andamos uns bons quilómetros até chegar ao restaurante. Era um restaurante fantástico uma casa antiga completamente restaurada, muito chique. Ias adorar. Durante o jantar falamos basicamente de trabalho, já estava a começar a ficar aborrecida… Acabamos de jantar e saímos do restaurante, a noite estava quente de trovoada e fomos dar uma volta ao pé de um rio que passava por ali. Andamos e começamos a falar de nós, das nossas vidas. Entretanto, não imaginas… Começou a chover torrencialmente e nós só tínhamos árvores a proteger-nos, desatamos a correr para o carro, mas na altura em que chegamos já tinha parado de chover e já estávamos os dois completamente encharcados até á pele. Entramos no carro, olhamos um para o outro e desatamos a rir… Rimos até não poder mais.
- E agora? – perguntei eu
- Vamos a minha casa, pôr a roupa a secar na máquina.
- Hã? A tua casa?
- Sim, fica a uns 10 minutos daqui. Vai ser num instante.
- Não sei… se calhar levas-me ao meu carro e depois vê-se.
- Nem penses. Já viste como estás? Estás cheia de frio, tens os lábios roxos!
Era verdade eu estava mesmo cheiinha de frio.
- Vamos lá então. – disse eu um pouco apreensiva.

Paramos num edifício de apartamentos e subimos até ao 5º andar.
- Milton a tua casa é fantástica!
- Obrigada, foi o que me calhou com a separação de bens.
- Já foste casado? – Fiquei perplexa
- Sim, durante 5 anos.
- Não fazia ideia.
- Olha espera um pouco que eu vou preparar a casa de banho para tomares um banho bem quentinho.
Eu não disse que não, realmente estava gelada.
Amiga!!! não imaginas a casa dele, moderna mas com uma atmosfera super acolhedora, tudo impecavelmente limpo e arrumado, acho que ele deve ter uma empregada… diária… E quando eu fui tomar o banho… Tive uma surpresa. Ele tinha acendido velas aromáticas, montes delas. Juro… Por momentos pensei que ele ia ter a ousadia de vir tomar banho comigo, mas não aconteceu.
- Tomas banho nesta, que eu vou tomar banho na social. Demora o tempo que quiseres e usa o que quiseres. Faz como se estivesses em casa.
Quando saí do banho ele tinha deixado um roupão em cima da cama, deduzi que era para mim e vesti-o, verifiquei se a minha roupa interior estava seca, mas fiquei molhada até à pele. Levei a roupa molhada comigo de novo até à sala e ele apareceu, também de roupão, e levou-a para secar, disse-me para ir para o sofá.
Na mesinha já estava uma garrafa de champanhe e duas flûtes. De repente ele aparece com um tabuleiro com dois pratos com… nem imaginas… Panquecas com morangos. (Já te deve estar a crescer água na boca…)
- É a sobremesa!
- Foste tu que fizeste?
- Sim, deve ser a única coisa que sei fazer para além de massa à bolonhesa. Quando era miúdo a minha mãe ensinou-me, e aos domingos eu fazia sempre para o nosso pequeno-almoço.
- Estou impressionada!
Fez estourar a garrafa e brindamos. As panquecas estavam deliciosas, O champanhe bem fresco, e a conversa agora estava muito mais íntima. Falamos dos nossos casamentos, das nossas desilusões, dos nossos amores, enfim ele fez-me baixar a guarda. O champanhe também ajudou, claro! Acabamos por beber duas garrafas, vê lá.
A certa altura ficamos sem conversa, e olhamos nos olhos um do outro. Ele tem uns olhos lindos cor de avelã. Aproximou-se de mim, fez passar a mão por entre os cabelos da minha nuca, senti um arrepio e fechei os olhos. Senti os lábios quentes dele a aproximarem-se dos meus timidamente. Aqueles micro segundos antes dos nossos lábios se tocarem, que aumentava a minha ansiedade por aquele beijo e no entanto também o rejeitava. Não sabia o que pensar nem o que estava a sentir. O meu pensamento corria a alta velocidade.
- Olha para mim. – pediu-me baixinho
Quando abri os olhos, o nosso beijo foi muito mais intenso e carregado de desejo.
As mãos dele deslizaram do meu rosto pelo meu pescoço, pelos meus ombros. E então lembrei-me que estava nua…
- Pára.
- Que foi?
- Acho melhor ir embora. – disse-lhe afastando-me um pouco.
- Foi por minha causa? Fiz alguma coisa…
- Não. É que já é tarde. E a minha gata está em casa sozinha, só lhe dei ração de manhã, deve estar com fome.
- Que desculpa… De certeza que a tua gata não morre de fome se lhe deste de comer de manhã. E acho que tens razão é demasiado tarde… para eu te levar. – Sorria enquanto dizia isto, mas um sorriso sincero. – Ficas cá a dormir!
- Hã! Quê!
- Calma deixa-me acabar, ficas no meu quarto e eu fico aqui no sofá.
- Não, nem penses. Eu fico no sofá.
- Já estás a fazer progressos, pensava que ias dizer que querias ir embora a todo o custo. Agora a sério, ficas na cama e eu fico no sofá, nem imaginas as noites que eu já passei aqui, somos velhos amigos… - rindo – vou dar-te uma t-shirt para dormires. Pode ser? Serve?
- Sim.
Segui-o até ao quarto. Pousou a t-shirt em cima da cama. Voltou-se para mim e aproximou-se, olhou-me bem nos olhos e disse-me:
- Estou á tua espera há imenso tempo e posso esperar mais sem qualquer problema. Leva o tempo que quiseres. Eu estou à tua espera.
Deu-me um leve beijo nos lábios, saiu e fechou a porta.
Deitei-me, apaguei a luz mas não conseguia dormir, ao longe ouvi uma igreja a dar as 4 da manhã. As palavras dele antes de deixar o quarto não me saiam da cabeça, acho que ele despertou qualquer coisa que eu sentia, mas que estava muito adormecida.
Já sei o que estas a pensar amiga, que eu sou uma idiota, que se estava a gostar deveria ter aproveitado e deixar-me levar, ele até nem é má pessoa, que já estou divorciada à 10 meses e que já está mais que na hora de partir para outra. Sim eu sei e foi isso que eu pensei também. Meia-hora depois consegui ganhar coragem e levantei-me, abri a porta e fui à sala ter com ele.
- Milton?! - Chamei-o baixinho
- Que foi aconteceu alguma coisa?
- Estou com frio!
Ele fez uma cara de quem estava a estranhar a resposta e depois sorriu levemente.
Estendi-lhe a mão e ele levantou-se do sofá. Estava só de boxers… Amiga… ele é mesmo muito giro, um pouco bronzeado mas com tez clara, sem uma gota de gordura, com o corpinho bem delineado, o único defeito dele é não ser muito alto, mas isso são pormenores de pouca importância.
Dei-lhe a mão e encaminhei-me para o quarto. A meio do caminho ele puxou-me para si, encostou-me à parede e beijou-me apaixonadamente, deixei-me levar pelo desejo que estava a sentir. O perfume dele aguçou os meus sentidos, as mãos dele passeavam pelas minhas costas, acariciavam os meus cabelos e a minha nuca fazendo-me arrepiar. Senti o desejo dele “crescer” encostado a mim, e o calor que emanava fazia-me excitar cada vez mais.
A pele dele era macia, aveludada e perfumada. Acariciei-lhe o peito, o pescoço, o cabelo. A boca dele beijava o meu pescoço e o roçar da barba fazia-me estremecer, de vez em quando mordia-me suavemente e eu soltava pequenos gemidos. Mordeu-me os lóbulos das orelhas e consegui ouvir a respiração dele ofegante. Fiquei com vontade que ele me possuísse naquele momento. Tu sabes como eu sou sensível nas orelhas…
A mão dele apertava-me o rabo e ele comprimia-me contra a parede.
A outra mão dele começou a abrir o meu roupão, muito devagar, e acabei por ficar nua quando ele o fez deslizar pelos ombros. Senti um misto de vergonha e de vontade de continuar. Agora acariciava-me os seios, os meus mamilos estavam duros e ele fazia o seu dedo girar à volta do bico, a nossa respiração estava cada vez mais ofegante. Passei a minha mão por dentro dos boxers e pude sentir o pénis duro e quente, pronto para entrar em mim como eu queria. Com a outra mão puxei os boxers para baixo e acabaram por cair ao chão. Ficamos ali assim alguns minutos a descobrir os nossos corpos, e com o desejo a pulsar nas veias. Estava a ser tão intenso que se ele continuasse eu tinha um orgasmo ali mesmo, encostada à parede.
Ele começou a beijar-me o peito, os mamilos. Fiquei ali detida a absorver aquele momento, a sentir cada centímetro que ele percorria com as mãos e com os lábios pela minha pele, era mais forte que eu, não me conseguia mover, a adrenalina disparou. Senti aquele frio na barriga, as borboletas agitavam-se dentro de mim parecia que a qualquer momento iam explodir cá para fora, senti o meu coração a bater cada vez mais forte, nas mãos, na barriga, nos pés, todo o meu corpo latejava. A mão dele deslizou até à minha racha que estava completamente molhada e ansiosa. Ele começou a rodar os dedos sobre o meu clítoris, e estava a levar comigo à loucura, os meus gemidos aumentaram de volume.
Afastou-me as pernas, colocou os braços à volta da minha cintura elevando-me, e penetrou-me de uma só vez na perfeição. Soltei um grito alto de prazer. Senti todo o meu corpo a vibrar, com mil e uma sensações desconhecidas para mim até aquela noite.
Afastei-o e com um olhar convidei-o a deitar-se no chão comigo.
- Anda – puxei-o para cima de mim
Beijamo-nos apaixonadamente enquanto ele se posicionava melhor para me penetrar de novo, a minha ânsia de o ter aumentava a cada segundo que passava, acho até que o Milton estava demorar de propósito. A mão dele deslizou até às minhas nádegas e apertou-me bem, e com um impulso penetrou-me.
E ele continuou a entrar em mim, uma e outra e outra vez, os sons dele ao meu ouvido enlouqueciam-me. Quando eu estava quase a chegar ao orgasmo, parou e ergueu-se ao mesmo tempo que me puxava para junto dele, acabamos por ficar sentados no chão, comigo por cima. E agora era eu que comandava. O olhar dele a descobrir o meu corpo fez-me sentir ainda mais excitada, as mãos dele acariciavam-me as nádegas e deslizavam pela minha pele quente de tesão. A respiração dele aumentava de volume, o nosso suor misturava-se enquanto eu aumentava a velocidade das minhas investidas contra ele. Alguns segundos depois chegamos ao orgasmo juntos, num turbilhão de gemidos bem altos.

Foi verdadeiramente o máximo. Apesar de rápido!
Ficamos ali algum tempo parados, beijando-nos, de certa forma a consolidar aquele momento de intimidade.
- Ainda tens frio?
Que bela frase para acabar com o momento, ri-me para comigo.
- Não. – dei-lhe um pequeno beijo - Vamos para o quarto?
- Vamos.
Levantamo-nos e fomos para o quarto, deitamo-nos, juntinhos e muito agarrados e acabamos por adormecer sem conversar mais.
De manhã acordei com os beijos dele no meu pescoço.
- Bom dia!
- Olá – respondi
- Então? Que tal um pequeno-almoço?
- Sim pode ser.
- Muito bem, a senhora manda! Croissants? - perguntou enquanto se levantava da cama
- Hei, onde vais?
Franziu a sobrancelha e disse-me que ia fazer o pequeno-almoço.
- Não era disso que eu estava a falar…
Sorriu e voltou para a cama.
- Então? Ontem portei-me muito mal? – Perguntou-me baixinho ao ouvido
- Humm! – fiz alguns segundos de silêncio - Um pouco!
- Oh, deixa-me compensar-te!!! – rindo-se

E pronto imaginas onde o resto foi dar… No próximo mail conto-te mais pormenores. Hoje já não tenho tempo para te contar mais porque vou andar de bicicleta com o Milton. Sim, lês-te bem, bi-ci-cle-ta!
Beijos grandes, volta depressa por favor.








Lana Fraga

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