02 junho, 2009

Desconhecido

- Já saí de casa e passo aí dentro de 10 minutos! Dou uma buzinadela para saírem, ok?
- Tchau então e até já meninas!
Fixe, está a dar a minha música favorita na rádio. Está a começar bem… Vou buscar as gajas para irmos para a noite…

Que raios tenho sempre que esperar por elas… Que atrasos de vida!
- Olá?! Estava a ver que não era hoje!!!
- Olá Mónica! Mas que gira que estás hoje… Olha só Vera! Mini-saia, perninha ao léu! Vais lá vais…
- Muda de assunto, muda!!! Eu disse daqui a 10 minutos e não 20!
- Deixa ver, Deixa ver, Uauu!!! Muito bem! Hoje vamos arrasar. Tou com um feeling!
- Tás com um feeling, tás!!! Cá para mim hoje vens é de gatas para casa!!! Com esse power todo!!!
- Então e onde vamos hoje?
- Vera, hoje és tu a escolher… Da última vez foi a Gaby, e antes fui eu… Por isso…
- Já sei! Hoje vamos para o Porto, vamos áquele bar que fica na Ribeira, lembram-se? Até ficamos com o flyer?
- Parece-me bem! Que achas Gaby?
- Por mim, já sabem, tudo na boa! Quero é diversão!!!
- Vamos só abastecer primeiro!

Chegamos ao bar e entramos logo, ficava numa daquelas ruinhas estreitas da Ribeira. Era pequeno mas muito agradável, a música era óptima para dançar, o ambiente estava ao rubro. Toda a gente a dançar em cima das mesas e das colunas de som. A loucura tinha invadido aquele lugar… Pedimos Vodka para começar… Já não seria a primeira vez que íamos de táxi para casa, por isso não estávamos muito preocupadas com o teste de alcoolémica. Começamos a dançar ao pé do bar, e lentamente fomos sendo arrastadas para o meio do espaço tal era a quantidade de gente.
Senti alguém tocar-me no ombro.
- Mónica! Já viste aquele ali? Está há montes de tempo a micar-me…
- Qual? O moreno despenteado? – Tinha que gritar para me fazer ouvir.
- Não! O amigo desse que está ao lado!
- Vai lá, Gaby!!! É giro!
- Achas?
- Claro! Que tens a perder… Se não gostares vens-te embora! Paciência!
Ela foi ter com o tal moreno. Fiquei eu e a Vera! Dançamos como malucas durante pelo menos mais uma hora. Como já estava a ficar cansada fui até ao bar encostar-me um pouco. A Vera ficou na pista a conversar com uma recém amiga.
Comecei a olhar à volta e não vi nada que interessasse… Pedi mais uma vodka. Voltei a virar-me para a frente e foi então que o vi. Os nossos olhos prenderam-se imediatamente. De repente tudo começou a andar em câmara lenta, deixei de ouvir a música, só consegui vê-lo, os seus olhos entravam dentro dos meus, tudo o resto ficou desfocado. Só existíamos nós os dois naquele momento. A minha respiração parou. Senti aquele frio na barriga como quando um casal apaixonado se beija pela primeira vez. Parecia que conhecíamos á anos. Parecia que os seus olhos me conseguiam ler, e que conhecia todos os meus segredos.
- Hei!!! Cuidado! – Resmunguei quando de repente, me empurraram com força e deixei cair o meu copo de vodka.
- Desculpa! Eu pago-te outro copo!
Quando olhei para a frente outra vez, ele já não estava lá. Olhei em volta e procurei-o mas não o vi em lado nenhum. – Merda!
Parecia-me que conhecia a cara do gajo que me empurrou de algum lado… Pois, era o moreno despenteado… O amigo do amigo da Gaby… - Que boa maneira de meter conversa… Assim não vais longe, não!
- É o mínimo que podes fazer!
- O que estavas a beber?
- Vodka com gelo!
- Bem! Uma bebida potente!!!
Não estava para o aturar, depois do que ele me tinha feito. Dei-lhe um sorriso amarelo enquanto esperava o meu copo novo.
- Eu chamo-mo Pedro e tu?
- Olha Pedro, eu não estou interessada em ti… Jogo noutra divisão, entendes? – Isto costuma resultar sempre.
- Desculpa, só queria passar algum tempo a conversar contigo, pareces simpática!
Entretanto chegou o meu copo. Pego nele imediatamente e digo-lhe:
- É melhor ires passar esse tempo a conversar sozinho, ok? Estás a estragar-me a noite!
Não estava a mentir, estragou-me mesmo a noite. Fiquei logo de mau humor com o empurrão. Que gajo parvo.
- Ok, ok! Então até qualquer dia!
- Adeusinho!
Continuei à procura daquele desconhecido mas não o vi mais. Procurei as minhas amigas e elas estavam enroladas com novas “amizades”. Meia hora depois decidi sair um pouco para apanhar ar.
Cá fora estava mais fresco, era uma noite quente de verão, estava-se muito bem na rua. Fui andar um pouco por ali perto e fumei um cigarro. Estava com uma sensação estranha, parecia que havia alguém a observar-me, mas quando olhava não estava ninguém.
Não conseguia esquecer aquele olhar profundo. Nunca tinha sentido aquilo.
Dei mais uns passos e nem queria acreditar, era ele. Estava a fumar um pouco mais à frente. Estava a olhar para mim e sorriu, eu retribuí o sorriso e aproximei-me dele! Enquanto me fui aproximando consegui vê-lo na totalidade, era alto, moreno com cabelos castanho claro, olhos muito azuis, ombros largos, trazia uma camisa preta e uns jeans pretos também.
- Olá! Boa noite!
Ele não respondeu, agarrou-me na cintura e encostou-me à parede, olhou-me bem nos olhos por instantes e beijou-me. Senti-me arrebatada pela força daquele beijo, por aqueles lábios quentes, a sofreguidão das nossas línguas. Não resisti. Tudo à nossa volta parou, só conseguia ouvir o meu coração, parecia que estava a bater nos ouvidos cada vez mais alto.
Optei por esquecer que o tinha acabado de conhecer e toquei-lhe o peito, aproximei-me do corpo dele, pedindo em silêncio mais um beijo. E esse beijo veio. Beijou-me o rosto, a boca, começou a descer pelo pescoço e a mordê-lo suavemente. As minhas mãos percorriam as suas costas e o peito, as mãos dele estavam na minha cintura e aos poucos uma delas desceu até à minha perna, contornou a coxa, e agarrou a nádega… Senti o calor que vinha de dentro das suas calças. A sua mão deslizou até ao meu seio e agarrou-o, beijou-me o mamilo mesmo por cima do meu top e senti-o a ficar duro dentro da sua boca. Começou a afastar o top do caminho e agarrou os meus seios com firmeza.
- Aqui não! – Estávamos numa rua demasiado iluminada para podermos explorar aquele momento.
Agarrou-me a mão e puxou-me para um beco mais resguardado. Encostou-me novamente à parede e roçou o volume que tinha dentro das calças em mim. Afastou-me o top, agarrou-me os seios e beijou-os intensamente, fez rodar os dedos à volta dos mamilos que ficaram imediatamente duros. A sua mão começou a baixar e tocou-me na rata. Baixou-se e tirou-me a tanga, abriu-me um pouco as pernas, levantou-me a mini-saia e começou a beijar-me. A sua língua começou a massajar-me o clítoris primeiro, devagar, aumentando de ritmo até eu começar a gemer. Mordi os lábios para me conseguir conter. Sem avisou enfiou um dedo dentro de mim, até ao fundo, arrancando-me um longo gemido de prazer. Acariciou-me, beijou-me, lambeu-me, mordiscou-me e enfiou mais um dedo movendo-os intensamente dentro de mim. Quase me vim naquele momento. Os meus gemidos pareciam gritos no silêncio da noite. Enquanto estava encostada à parede esqueci onde estava, esqueci do resto do mundo e entreguei-me a ele.
Levantou-se e comecei a desabotoar-lhe a camisa, tinha os músculos bem definidos, a sua pele e o seu cheiro eram doces. Passei a minha língua pelos contornos do seu peito. Consegui ver o volume dentro das suas calças, passei a mão e abri-lhe as calças, e puxei o seu pénis enorme e rijo. Baixei-me e beijei-o, ao de leve. Era tão excitante saborear o seu tesão. Depois meti-o o mais que pude dentro da minha boca e ouvi o seu gemido de prazer. Acariciei-lhe os testículos e beijei-os, fiz passar a minha língua pelo seu pénis desde os testículos até à cabeça, onde fiz rodar a minha língua, meti-o na boca outra vez e agarrei-o com força. Não me deixou continuar e levantou-me, retirou o preservativo do bolso e colocou-o rapidamente. Levantou-me e pegou em mim ao colo, entrelacei as minhas pernas à volta da sua cintura, ele encostou-me à parede enquanto me segurava com as mãos nas nádegas.
O seu pénis intumescido penetrou-me facilmente tal era o meu desejo, senti uma onda de prazer a percorrer o meu corpo todo, não consegui evitar os gemidos. Saiu e entrou outra vez em mim, profundamente, saboreando a minha carne húmida, e levando-me ao delírio.
O ritmo dos movimentos começou a acelerar, o nosso suor misturava-se no nosso peito. Os nossos gritos misturavam-se com beijos. As suas mãos apertavam as minhas nádegas com força. Os meus mamilos roçavam no seu peito húmido de suor.
Cada vez gritávamos mais. Eu forçava as suas investidas com as minhas pernas.
- Ahh, ahh! Estou quase… estou quase – sussurrei com a minha respiração ofegante.
Os seus movimentos tornaram-se ainda mais rápidos, apertei-o bem dentro de mim, até que ele se enterrou profundamente na minha carne quente, vindo-se num estremecer de prazer, enquanto gemíamos bem alto.
Beijou-me ainda dentro de mim. Pousou-me no chão e vestimo-nos.
Alguns momentos depois oiço chamar por mim ao longe, era a voz da Vera. Peguei-lhe na mão e comecei a andar em direcção à rua principal. Ele largou-me a mão e ficou para trás. A voz da Vera estava cada vez mais longe, tinha que ir ter com ela ou ia ficar sozinha no Porto. Fui até ele e beijei-o nos lábios docemente.

Anos depois, aquele desconhecido e aquela noite ainda não me saíram do pensamento. Cada segundo, cada gemido, cada suspiro. Relembro o prazer intenso e alucinante daquele orgasmo, que me invadiu naquela noite quente de Verão.
Nunca mais o vi, nunca soube o seu nome, nunca ouvi a sua voz.