14 agosto, 2015

Enfim...

Sabes aquele momento quando os lábios de duas pessoas se roçam muito levemente, mas esse toque desencadeia uma explosão? o coração dispara e o corpo todo se incendeia? Era assim que eu estava! E eu queria mais, eu queria-te todo.
Eu queria provar a tua boca, sentir a tua língua, eu queria morder os teus lábios e o teu pescoço, tocar-te, puxar-te o cabelo, sentir o aperto dos teus braços, o teu cheiro, sentir que me empurravas contra a parede e me querias ter também.
E tive...

Aquele beijo, aquele encaixe perfeito que começou suave e mágico depressa se tornou selvagem. Num instante as mãos firmes apertaram o meu rabo e puxaram-me contra ele. Fiquei com o meu corpo completamente encostado ao dele, senti o calor a crescer entre as pernas quando a mão dele passeou por baixo do meu soutien e me fez gemer de prazer inconscientemente.
- Vamos fazer amor?
- Tenho de ir embora. - dizia a minha boca quando o meu corpo todo queria o contrário.
Eu sabia que não ia aguentar estar sozinha com ele.
Continuei a beijá-lo cada vez com mais vontade, cada vez com mais fome, puxei-lhe o cabelo, apalpei-lhe o rabo, a pele dele quente e arrepiada debaixo das minhas mãos, a respiração descompassada. Senti a língua na minha orelha e a barba a roçar no meu pescoço. Aquele arranhar enlouquecia-me. O cheiro dele embriagava-me.
Estava a ficar molhada a cada segundo que passava. Todas aquelas sensações sufocavam-me. Eu estava a perder o autocontrole.
- É melhor eu ir embora! - disse quando já não aguentava mais, ou ia embora naquele momento ou acabávamos na cama, ou no sofá, ou na mesa de jantar... bem, o sitio não era importante.
- Não estás a gostar? Não queres?
hesitei na resposta - Pelo contrário estou a gostar demasiado.
-Então? Porque não?
A minha mente a girar a mil à hora... O meu corpo a implorar um sim e a razão a dizer-me Não, Não, Não!
Olhou-me bem no fundo da alma e não me deixou responder, pegou em mim ao colo. Desisti de lutar. Enrolei as pernas à volta da cintura dele e fomos para o quarto. Ele percebeu que eu queria, que eu queria muito, não precisou das minhas palavras para nada.
Desci devagar do colo dele mas não consegui contrariar a vontade que eu tinha daquela boca e de o ter dentro de mim. Enquanto nos beijávamos loucamente tirei-lhe a t-shirt. Num gesto rápido de uma mão desapertou-me o soutien e arrancou-me a blusa, e todo o resto. 
E ficamos assim, pele com pele. A roupa espalhada pelo chão e o nosso fogo a subir em labaredas.


Enfim...


Deixei-me voar alto e a queda foi avassaladora.
Afinal a covardia também te invadiu, e fugiste. 

No fim o que resta é um sentimento sufocante transformado em decepção.
E a saudade? Vai passar, tenho a certeza.


Lana Fraga

 


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